sábado, 3 de setembro de 2011

Zefa Cusca

Nascida numa caixa da alota com restos de peixe-espada preto e criada entre o largo do canino e o monte dos vendavais, sou uma pexita da velha guarda.

Faz-me espéce aquilo que a vila se tornou e irei lutar na linha frente das melícias se alguma vez formos dominados por outra cultura.

Aficcionada pelo Senhor Jesus das Chagas, todos os anos ponho à janela uma colcha durante a procissão para receber o Senhor com todo o carinho que por ele prezo.

Passo a maior parte do meu dia saltando entre o Zé António e a Praça, dando sempre umas escapadinhas ao Jardim para saber as novidades do dia e ao Caseiro para tomar o pequeno almoço e lanchar. Os folhades são pouco belos, sabes!

Casada com um ex-pescador que teve que ir trabalhar p’ás obras do campo que os quinhões já não são o que eram, culpa dos gajos da união europeia, diz o meu mais velho!

Comunista por afinidade, luto pela justiça na vila. Só não vou ao Avante porque não é cá em baixo, senão ias a ver! Tava la batidinha que nem um percebe agarrado à rocha!

Z’imbora Sesimbra!

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