terça-feira, 13 de setembro de 2011

Mais um pino, sáxavore!

Em qualquer tasco acima do rio Tejo temos o fenómeno do típico senhor de bigode a gritar ao empregado “Mais um fino, sáxavore!” que é como quem pede uma imperial ao sóce do balcão. Mas não é sobre isto que quero falar, bjecas e tascos são outros quinhentos!

Todos os dias ultrapassamos os obstáculos da vila. Queremos andar no passeio e temos um carro estacionado no nosso caminho. Vagueamos pela marginal como um qualquer Mata-bois e temos uma fila de carros estacionados no meio da estrada ou em 2ª fila. Afinal não se pode ficar muito longe da esplanada favorita, sempre serve para mostrar o balhão que há em nós e a “bomba” de 2005 que comprámos o mês passado em 2ª mão com um daqueles créditos da contra-capa da revista Maria. E a Urbana quando não consegue dar a curva no jardim? Clássico!

Como a autarquia não sabe o que fazer, espeta-se meia dúzia de pinos para resolver! Poderia ser apenas uma rima, mas é mais que isso.

Multas, reboques, não sei do que estás a falar?! Tiramos a GNR da Fortaleza, os agentes estão lá no quentinho acima do Frango à Guia, e não queremos incomodar a autoridade! Invés disso temos toneladas de ferro velho, pinos de todos os tamanhos e feitios, uns verdes, outros de material manhoso que enferruja, outros que até dão para tirar para deixar passar os carros alegóricos!

Esta é a paisagem que oferecemos aos munícipes e aos turistas, um mar de ferro velho! Bem vendido, ainda dava uns bons tostões para pagar ordenados. Será que a CMS já pensou nisso? Os créditos às autarquias já começam a esgotar!

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

O Ataque das Cotas

Não sei que tipo de mel andam a espalhar ao pé de certos bares da marginal da nossa terra, mas de há uns tempos para cá a afluencia de grelo mais velho neste tipo de zona tem vindo a aumentar. Mães de filhos e solteironas esfomeadas, fazem descaradamente marcação cerrada aos gaiatos mais jovens da nossa vila.

No meu tempo, com respeito e alguma ginga, éramos nós moços bem parecidos que galávamos as raparigas mais jeitosas de Sesimbra. Agora, a situação inverteu-se, e a rapaziada quase não tem de mexer uma palha para picar o ponto e facturar. E nem falo de mocinhas novas, mas sim de trintonas e quarentonas, que sem qualquer tipo de vergonha se fazem ao vigor da juventude em busca de picha rija!

Bem me diziam que a nossa vila tinha perdido a vergonha, mas não fazia ideia de que se tinha tornado em centro de deboche. Balhões, Sejam vocês filhos de uma divorciada desesperada, queiram mas é ir ver nos fins de semana á noite nos sitios do costume, não vão encontrar a vossa querida mão enrolada com um camarada vosso.


Saúdinha!

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Juventude Pexita.

A fraca juventude... aquela a quem o “Sesimbra Jovem” não chegou. Deixam as ruas cheias de sangue. Sangue de irmãos seus, filhos da mesma terra, sendo que no fim, acabam todos a puxar as mesmas redes. Ignorantes monstros que se acham os maiores.

Derretidos em ácidos e afins, chouriços de músculos que por ausência de cérebro, combatem as adversidades da vida com violência física e arrogância. Tipos que passam na rua, com crista levantada e peito inchado. Que são uns monstros acompanhados, mas que bebem o seu leitinho todos os dias. Heróis baseados em familiares ou conhecidos que se tornam autênticos Rambos sob o efeito de estupefacientes.

Esta e a juventude que temos.

A que prefere bebidas a 50 cêntimos sem qualquer tipo de racionalidade. A juventude que permanece em torno dos bares, procurando uma vitima para atormentar. O lixo que oferece agressividade na nossa marginal e que hoje em dia provoca o medo a muita gente que frequenta Sesimbra.

Jovens que alimentam outros jovens com substancias ilícitas, em sítios que toda a gente conhece, sendo que no fim, ninguém faz nada.Esta na altura de isto mudar.

Alguém tem de fazer alguma coisa. Alguém tem de salvar as gerações vindouras destes contornos que estes “ciganos”, ignorantes e irresponsáveis jovens provocam.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Sesimbra'Nada'Acontece

Poderia ser tomado como um exemplo de publicação com um design bonito. Até faz publicidade ao vizinho que tem um restaurante, mas peca no mais importante - o conteúdo.

Avaliando ao pormenor até podemos dizer "Mas aquilo até tem um molhão de coisas!" Ter tem, mas a agenda agora é bi-mensal, ao contrário do que acontecia antes. Uma agenda por mês com o mesmo número de actividades.

Por um lado, revela um bom sentido de Sustentabilidade Ambiental (se é que eles sabem o que isso é). Sai uma publicação a cada 2 meses, logo, menos exemplares, logo, menos produção (trabalho), logo, menos gastos! Boa! Agora que já conseguiram "poupar" de um lado, z’imbora lá trabalhar do outro!

Fazendo uma comparação muito fácil (bem aqui ao lado), olhemos para a Agenda Municipal do Conselho do Seixal. Muita cultura, muita música, muito de tudo! Bandas caras ou baratas, conhecidas ou não, do Jazz ao Hip Hop, Nacional ou do país vizinho, exposições, cinema, actividades para velhos e novos... Há de tudo e com frequência! E o mais perto que têm com batuques também é nacional - os Tocá Rufar!

Por aqui, os rufos são outros. Neste cantinho à beira mar plantado, dita terra turística nos meses mais quentes (e não só), vê-se limitado em entretenimento. Até pode ter muita coisa idealizada, em grande parte, pelos estabelecimentos nocturnos. Diga-se que mais não fazem senão a sua obrigação, dar algo aos clientes em troca de um café e uma água na esplanada durante 2 horas de ocupação (é o turismo que temos).

Por outro lado temos o Sesimbra'Nada'Acontece que todos os fins-de-semana demonstra o que é não saber o significado da palavra "variar". Refiro-me ao que a autarquia aceita em troca de uns tostões e uma sede para completar o seu programa "cultural". Ou deveria chamar "brasileiro"?

Pois é, fica mais barato e dá sem dúvida menos trabalho! Afinal, ter gabinetes espalhados por toda a Sesimbra e arredores, cheios de supostos funcionários não quer dizer nada. Estes, ou não estão no seu local de trabalho porque foram ó recade, ou estão a entreter a massa cinzenta em frente ao computador de 1999 a jogar às minas. Não queremos ofender, nem obrigar ninguém a trabalhar as suas mentes em algo mais produtivo. Já para não falar de criativo!

Não querendo tirar o mérito a quem a autarquia deixa fazer eventos, pois esses estão limitados àquilo que produzem, em quantidades que à muito deixaram de ser q.b., - o Samba. Acuso a grande falta de mérito que a Câmara Municipal de Sesimbra não faz para criar alternativas. Todos os fins-de-semana corta-se a rua, destaca-se meia dúzia de polícias, ficamos com automóveis estacionados até Santana, vagueiam pelas ruas "turistas" com 2€ no bolso e o povo "de fora" fica contente!

A nossa gente é que não, mas essa de pouco interessa. Afinal moram cá o ano inteiro e até convidam amigos e familiares "de fora" a programar uma ida ao intitulado "Mar de Emoções". Sugiro que a CMS mude rapidamente para "Mar de Samba", já que não nos dão outra música. Afinal todos os Euros entregues por um contribuinte exemplar mal chegam para pagar os ordenados ao final do mês!

Quero alternativas, quero bandas caras ou baratas, conhecidas ou não, do Jazz ao Hip Hop, Nacional ou do país vizinho (que é Espanha e não Brasil), mais exposições, mais cinema, mais actividades para velhos e novos... Quero emoções!

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Lu”uau”

Luau (em havaiano: Lūʻau) é uma festa havaiana com comida tradicional, bebida e a dança Hula.

Segundo a Wikipédia, essa ferramenta tão útil nos dias correntes, esta é a definição de Luau. Podemos acrescentar ainda mais umas características de um Luau, como por exemplo:

- Flores Havaianas
- Música/dança Hula
- Uma fogueira
- Música/dança Hula!
- Comida/bebida tradicional do Hawai
- MÚSICA/DANÇA HULA!

Não sei se foi esclarecedor o suficiente a parte da música e dança Hula, visto que o que se passou no dia 30 de Julho foi tudo menos um Luau.

Citando:

No próximo sábado, 30 de Julho, realiza-se na Praia do Ouro, o 1.º Luau de Sesimbra, uma iniciativa organizada pela Junta de Freguesia de Santiago, em parceria com as associações locais. Esta é uma festa que pretende (re)criar uma típica festa havaiana.
O evento realiza-se das 16h00 às 03h00 e é iniciado com uma arruada, junto à Fortaleza de Santiago, que segue até ao areal. Seguem-se uma aula de ritmos latinos pelo ginásio «Flecte» e uma demonstração de capoeira, promovida pelo grupo Alto Astral.
Às 22h00 é tempo de animação musical com a actuação das escolas de samba do concelho, que vão intercalar a música com rodas de samba.
A partir da meia-noite a festa fica a cargo de Jorge Espada, com um espectáculo de música tradicional portuguesa.
Aliar a música ao vivo à dança e à boa disposição é o principal objectivo desta festa de Verão.

A boa disposição foi conseguida sim senhor, especialmente pela galhofa causada pelo conceito que a Junta de Freguesia de Santiago tem de Luau.

Cara vila que tanto aprezo, nem tudo tem que levar Samba ok? Chamar Luau a uma festa com escolas de samba à mistura e música popular é como dizer que o Caneiro está paredes meias com a Doca.

Concordo que tem que existir eventos na nossa vila para chamar pessoas “de fora” para o nosso turismo, mas será que este evento foi mesmo pensado para quem vem de fora ou será que foi mais um evento para a “galera” de cá que vive e respira Samba 365 dias por ano?

Sugiro uma nossa palavra para o dicionário Pexito-Português:

Lu”uau” (em pexito: Lu”uauó”) é uma festa tipica de Sesimbra, com samba, música popular e danças latinas, numa praia, sem fogueira.

A geração mais nova está farta daquilo em que a vila se está a tornar. Existe mais Samba em Sesimbra que em muitas favelas do Rio de Janeiro. Onde estão os nossos costumes Portugueses? Pensem um pouco nisso...

Aloha galera!

domingo, 4 de setembro de 2011

Zé Cagão

Sesimbra já não é o que era. Como camarada de terra, nunca fiz grande vida, pois os gastos sempre foram p’ra meter comida na mesa da familia, porque da educação tratou sempre a minha Maria e eu só entrava quando tinha de mandar uma latada aos gaiatos p’ra eles aprenderem. Mesmo assim, dava sempre p’ra um pénalte ou uma ginjinha, que um homem não é de ferro e precisava de alento antes de ir safar machucha p’rá praia.

Agora já estou reformado, os rapazes formaram-se e juntaram-se lá com as namoradas (porque esta malta nova agora já não se casa, modernices). Vivo a minha velhice entre o o alto do Bairro dos Pescadores, onde sempre morei com a minha Maria, e o convívio no Gréme e nas sentinas com os camaradas de sempre, ou os que ainda cá continuam.

Sempre fui um rapaz bem parecido, e desde moço que sempre me gostei de apresentar bem (daí a alcunha), mas o que eu tenho mais é olho. Diziam-me sempre “Eh Zé, tás pampo?”, mas eu estava era a mancar tudo o que se passava. Ainda hoje, apesar de ter o “cérvo” cansado, continuo a apanhar tudo, que eu sou velho mas não sou burro.

Só digo é que isto no tempo do ‘Zequiel Lino não era nada asssim.

Saúdinha

sábado, 3 de setembro de 2011

Zefa Cusca

Nascida numa caixa da alota com restos de peixe-espada preto e criada entre o largo do canino e o monte dos vendavais, sou uma pexita da velha guarda.

Faz-me espéce aquilo que a vila se tornou e irei lutar na linha frente das melícias se alguma vez formos dominados por outra cultura.

Aficcionada pelo Senhor Jesus das Chagas, todos os anos ponho à janela uma colcha durante a procissão para receber o Senhor com todo o carinho que por ele prezo.

Passo a maior parte do meu dia saltando entre o Zé António e a Praça, dando sempre umas escapadinhas ao Jardim para saber as novidades do dia e ao Caseiro para tomar o pequeno almoço e lanchar. Os folhades são pouco belos, sabes!

Casada com um ex-pescador que teve que ir trabalhar p’ás obras do campo que os quinhões já não são o que eram, culpa dos gajos da união europeia, diz o meu mais velho!

Comunista por afinidade, luto pela justiça na vila. Só não vou ao Avante porque não é cá em baixo, senão ias a ver! Tava la batidinha que nem um percebe agarrado à rocha!

Z’imbora Sesimbra!

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Dona Elvira Machucha

Parámos em frente a uma parede maior que a da Fortaleza, onde todos falam e murmuram, mas ninguém olha p’ra si. Velhos do Restelo já estão fora de moda e o que está a dar é falar naquelas coisas das Internetes.

Como boa calhandra que sou, meto o nariz onde não sou chamada, tenho ouvidos de tísica e vou à janela mal oiço um escabeche na rua.

Ando armada em balhona mas isto não dá p’ra grandes luxos. Afinal, ainda vivo das benditas reformas da pesca. Sou uma aficionada em lojas dos 300, que de 300 têm muito pouco. Cada vez vale mais a pena apanhar a carreira do covas que pára lá em cima no Modelo.

Atenta a tudo o que rodeia, a mim e à minha terra, não tenho muita paciência para os malandros da Quinta do Conde que apregoam morar em Sesimbra, pois lá, a pedra da calçada que saíu do lugar no Domingo passado já está no sítio outra vez.

Vou-me queixar de tudo e de nada, com a minha carteira debaixo do braço e as chaves de casa na mão. Os meus miúdos estão na escola profissional em Setúbal e o marido está na doca à zagaia, eu tenho o comer p’ra fazer.

Quem não gosta, a porta é serventia da casa!

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

O Mestre de Sesimbra

Atão pá!!!

A união faz a força. Esse será sempre o maior problema da bela terra à beira mar plantada. Se por um lado isto faz todo o sentido quando se implementa a tão famosa "porrada", quando falamos de movimentos culturais, políticos e acima de tudo temáticas relevantes para o desenvolvimento da velhinha Cezimbra; Nada feito!!!

O Mestre de Sesimbra é para além de um escritor, uma pessoa sábia e de convicções fortes. A terra onde naufragou está triste, deprimida e sem sentido. Um bom mestre indica o caminho, coloca as mãos no ombro dos seus homens e acima de tudo certifica-se que chega a bom porto com peixe.

Esta é somente uma luta de um homem do mar, a quem tudo foi retirado de forma bruta, sem justificação e que se não fosse os seus dois filhos estarem na Câmara, ia tudo com o "ca****o".

Até breve!!!