domingo, 4 de setembro de 2011

Zé Cagão

Sesimbra já não é o que era. Como camarada de terra, nunca fiz grande vida, pois os gastos sempre foram p’ra meter comida na mesa da familia, porque da educação tratou sempre a minha Maria e eu só entrava quando tinha de mandar uma latada aos gaiatos p’ra eles aprenderem. Mesmo assim, dava sempre p’ra um pénalte ou uma ginjinha, que um homem não é de ferro e precisava de alento antes de ir safar machucha p’rá praia.

Agora já estou reformado, os rapazes formaram-se e juntaram-se lá com as namoradas (porque esta malta nova agora já não se casa, modernices). Vivo a minha velhice entre o o alto do Bairro dos Pescadores, onde sempre morei com a minha Maria, e o convívio no Gréme e nas sentinas com os camaradas de sempre, ou os que ainda cá continuam.

Sempre fui um rapaz bem parecido, e desde moço que sempre me gostei de apresentar bem (daí a alcunha), mas o que eu tenho mais é olho. Diziam-me sempre “Eh Zé, tás pampo?”, mas eu estava era a mancar tudo o que se passava. Ainda hoje, apesar de ter o “cérvo” cansado, continuo a apanhar tudo, que eu sou velho mas não sou burro.

Só digo é que isto no tempo do ‘Zequiel Lino não era nada asssim.

Saúdinha

Sem comentários:

Enviar um comentário